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“ME VEJO DISRUPTIVA EM TODOS ASPECTOS DA MINHA CARREIRA”, DIZ LAUANA PRADO (ENTREVISTA) - Cidade FM

“ME VEJO DISRUPTIVA EM TODOS ASPECTOS DA MINHA CARREIRA”, DIZ LAUANA PRADO (ENTREVISTA)

(Foto: Divulgação)

Lauana Prado está revolucionando o universo da música sertaneja. Ela, Simone Mendes e Lady Gaga são as únicas mulheres no Top 20 do Spotify Brasil desde que passou o Carnaval. Lauana, especificamente, a única artista LGBTQIAPN+ entre os mais tocados do país“Para transitar num cenário onde as pessoas veem a submissão como sendo uma coisa da mulher, você tem que ser muito disruptivo. Eu me vejo como uma mulher disruptiva em todos os aspectos da minha carreira”, diz.

(Foto: Divulgação)

“Estou quebrando padrões o tempo inteiro: sendo mulher, gestora da minha carreira, formadora de opinião, produtora, arranjadora. Hoje também faço gestão de carreira de outros artistas. Empresario uma dupla feminina. Tudo isso é muito complicado. Com certeza, para uma mulher, muda tudo. Acho que um homem cis no sertanejo, inserido ali naturalmente, não vive metade das coisas que nós mulheres vivemos”, pontua a artista.

Veja a entrevista completa com Lauana Prado:

A cantora conversou com o POPline em Belo Horizonte, na véspera da gravação do “Raiz BH”, que reuniu 12 mil pessoas na Esplanada do Mineirão. Para a terceira edição do projeto, ela ouviu mais de 200 faixas para chegar à seleção de 70 apresentada no show em medleys e pout-pourris. Desta vez, há também músicas inéditas, incluindo duetos com Murilo Huff, Paula Fernandes e Elba Ramalho“A gente escutou muita música. Tanto a Lauana quanto eu somos muito criteriosos com repertório”, Murilo comenta nos bastidores da gravação.

Desejos femininos no centro da narrativa

Em seu vasto catálogo, Lauana Prado coloca desejos femininos no centro da narrativa – como no sucesso “Kamasutra” ou na inédita “Fama de Ruim”. Nesta, ela canta “mulher também gosta de mesa de bar, também toma porre, sai só pra pegar, vira noite na rua, usa pessoas nuas”. A canção, no entanto, foi escrita por um time de homens. “Olha o jogo virando, né?”, brinca Lauana.

“Na minha época, quando eu atuava como compositora [para outros artistas], tinha que inclusive escrever no masculino, porque não conseguia nem falar no feminino, pela maneira que a cena era distribuída. Muitos homens, a maioria homens. Hoje em dia, isso mudou completamente”, pontua a cantora, que passou pelo “The Voice” e pelo concurso de calouros do Raul Gil antes de estourar.

(Foto: Will Dias / Brazil News)

Reconhecimento das veteranas

Roberta Miranda e Paula Fernandes, duas das convidadas especiais do “Raiz BH”, concordam com ela. “Fiquei 25 anos sozinha no sertanejo”, lembra Roberta“graças a Deus, as mulheres começaram a chegar. O cenário sertanejo nunca esteve tão bom para a entrada de mulheres”Paula conta que, quando começou, os eventos não tinham nem estrutura para receber artistas mulheres. Ela usava salto alto em palcos esburacados e precisava pedir um banheiro químico dentro do camarim.

“Sou uma dama. Homem pode sair, faz xixi em qualquer lugar”, brinca Paula, “tem espaço para todo mundo. As mulheres vêm conquistando o seu, mas ainda tem um caminho longo pela frente. Querendo ou não, é um gênero dominado pelos homens né?”.

"Me vejo disruptiva em todos aspectos da minha carreira", diz Lauana Prado (ENTREVISTA)

(Foto: Will Dias / Brazil News)

Lauana vê como uma responsabilidade o espaço ocupado e a relevância alcançada com seu trabalho. São mais de 10,5 milhões de ouvintes mensais só no Spotify. “A gente está aqui para representar muitas outras mulheres que também fazem parte deste cenário, desta cena. A gente vem quebrando muitas barreiras. E acho que a geração que vem já vai ser muito mais fortalecida”, ela diz ao POPline. Algo do qual se orgulha bastante é furar as bolhas.

Lauana Prado levará “Raiz” para mais nove cidades em 2025

“Raiz”, iniciado em 2022, é uma ferramenta e tanto. A proposta do álbum, que virou festa e roda o país, é resgatar clássicos do sertanejo e da música popular brasileira como um todo. “Eu poderia fazer dez, 15 ‘Raiz’ tranquilamente, sem repetr música, porque a gente está falando de uma riqueza musical absurda”, ela diz. Na segunda edição, gravada em Goiânia, Lauana estourou com “Escrito nas Estrelas”, regravação da cantora Tetê Espíndola. Virou um fenômeno viral. Agora todo mundo quer participar do “Raiz”.

As festas que rodam o Brasil já foram vistas por 50 mil pessoas, com ingressos esgotados em poucas horas. Lauana passa cinco horas cantando no palco. Para a gravação em Belo Horizonte, ela cortou o álcool e se preparou com uma coach vocal. O álbum “Raiz BH”, ainda sem data de lançamento anunciada, servirá de base para mais nove edições do evento só em 2025. A expectativa de faturamento anual é de R$ 30 milhões.

“Acho que isso é retrato do que as pessoas querem ouvir. Tudo que a gente canta, tudo que a gente grava é retrato do que as pessoas estão procurando ouvir. Não são só os sentimentos femininos, mas os sentimentos que talvez não fossem abraçados em outro momento. Coisas reais”, conclui.

"Raiz BH": Lauana Prado explica divisão de três atos do novo audiovisual

(Foto: Will Dias / Brazil News)

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