Rosalía elevou o clássico ao Top 10 das músicas mais ouvidas do mundo no Spotify, graças ao que fez em “Berghain”. Mas ela quer ser vista como uma cantora pop. “Minha irmã diz que eu não faço pop, e eu discordo. Quero acreditar que minha música é pop, porque deve haver outras formas de fazer pop”, ela explica em entrevista ao New York Times.
“Björk e Kate Bush já provaram isso. Se não for assim, então não estou alcançando o que quero. O que eu quero é fazer música que, com sorte, muita gente possa curtir. Esse é o meu objetivo”, completa a cantora, que vem sendo super elogiada pelos críticos.
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Na matéria, Rosalía adianta que “Berghain” é apenas o começo. A faixa, gravada com a Orquestra Sinfônica de Londres e com participações de Björk e Yves Tumor, é o carro-chefe de seu próximo álbum, “LUX”, que sairá em 7 de novembro. No disco, ela se propôs o desafio de cantar em 13 idiomas, incluindo o português.
“Queria aprender outras línguas, entender melhor o outro. Através da compreensão do outro, talvez você também se entenda melhor, e aprenda a amar melhor”, diz a espanhola.
Origem do álbum novo da Rosalía
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Ela considera “LUX” um álbum criado de um lugar muito diferente dos anteriores. “Eu estava ouvindo um cara dizendo que existem dois tipos diferentes de confiança: aquela baseada na crença de que você vai ter sucesso ou a ausência de medo do fracasso. Acho que há uma entrega total nessa abordagem. Acho que é a primeira vez que me permiti fazer um álbum partindo desse lugar. Entrega total — era isso que eu realmente precisava dizer, cantar e fazer”, discorre.
“A principal inspiração é a mística feminina, então com certeza há mais energia feminina. E também a ideia de ser um receptáculo — ser um vaso. Eu estava lendo outro dia, uma mulher, Ursula [K. Le Guin], que diz que talvez o primeiro dispositivo cultural da história não tenha sido uma arma — não era algo afiado para matar. Talvez fosse um vaso, algo onde se pudesse reunir coisas? E ela dizia que há uma diferença entre a escrita masculina e a escrita feminina: a escrita masculina é sobre o herói, os triunfos desse herói. E se o herói não está na história, então não é uma boa história. É tudo sobre o conflito na narrativa. A escrita feminina é mais sobre um processo contínuo. Não se trata do clímax e da resolução. Trata-se talvez de uma pessoa com ilusões e transformações e todas as coisas que essa pessoa tem a perder. Não se trata de eu, eu, eu, eu”, conta.




